5.6.07

"A Vida em duas rodas era tudo o que ele sempre quis"

A alegria dele era contagiante e emocionante. Montado em uma bicicleta grande, que não o permitia colocar os pés no chão, enfrentou o mistério da fantástica geringonça e, com ventinho nos cabelos, saiu para a liberdade.
Esse foi o grande espetáculo do fim de semana. Theo, depois de uma espera de uns 6 meses, ganhou a sonhada bicicleta da avó. O intuito era fazer com que ele se sentisse grande, perto da irmãzinha que logo chegaria. Além disso foi lançado um desafio para o garoto. Só ganha a bicicleta depois de aprender a pedalar a motoca.
Tudo começou em um passeio de domingo numa área de caminhadas aqui de Belo Horizonte. Levamos a motoca com o acessório para pais e ou avós empurrarem a criança sem ter que desenvolver um bico de papagaio nas costas. Theo não conseguia nem direcionar o guidão para dirigir o brinquedo. Tínhamos que mantê-lo reto só na munheca, pois a motoca ia de um lado para o outro, nas mãos do motorista.
Minha mãe então veio com a novidade. Prometeu a bicicleta, que logo virou a famosa "bicicletinha verde", se ele se empenhasse, e conseguisse, pedalar a motoca.
Começamos o treino. Em casa Theo era tímido, mas na escolinha, se esforçava nas motocas do pátio. Achávamos que demoraria muito, uma eternidade, para que ele conseguisse superar o desafio.
Veio a maternidade, Theo ganhou, antes da bike, uma irmãzinha. Parece que este fato o fez ganhar nova energia, e as pedaladas começaram a acontecer em todos os lugares. Em casa, na praça, no shopping. Nesse intervalo de tempo a bicicleta foi mudando de cor. Um dia azul, outro amarela, branca, um brinquedo camaleão para imaginação de uma criança.
Meus pais viajaram e quando voltaram, trouxeram com eles a esperança de ter em sua bagagem uma bicicleta para Theo. Ao acordar, Theo me indagou: "mamãe, hoje a vovó chega?" respondi que sim e que iríamos buscá-los. Ele continuou perguntando: "Nós vamos buscá-los na França?" Eu disse que não que iríamos buscá-los no aeroporto, tendo a sensação que não fazia muito sentido em sua cabecinha. Mostrei o avião no céu, disse que a vovó e o vovô estavam lá dentro, voltando da França para cá.
A vovó chegou, mas sua bicicleta não (claro, ninguém trás uma bicicleta da Europa, mas ele não quer saber, ele quer a bike). Ele me perguntou, ao acordar no dia seguinte: "mamãe, a vovó não trouxe a bicicleta amarela do Theo?".
Liguei para minha mãe e contei para ela. Vimos que a hora da bicicleta tinha chegado, pois ele já tinha cumprido sua parte no trato.
Sábado fomos comprar a bicicletinha. Acabou sendo uma vermelha, cheia de personalidade e estilo. Theo ficou lindo em cima dela. A escolha da cor não foi fácil, não. Ele montou em todas as bicicletas, fazendo o vendedor encher os pneus vazios. As bicicletas azul e verde tinham os aros das rodas de metal, o que poderia machucar as mãos de uma criança curiosa. Reduzimos as opções para as cores branca, vermelha e verde e amarela, que tinham aros de nylon. Ele então se decidiu pela vermelha, e ficou firme, orgulhoso com a sua decisão. Toda hora ele fala: mamãe, venha ver minha bicicleta vermelha".
Na loja mesmo ele consegui pedalar um pouquinho, indo e vindo, com ajuda para virar a bicicleta. Saímos pela rua eu, puxando o Theo na bike, e minha mãe empurrando o carrinho da Manu. Foi uma caminhada de 3 quarteirões, deliciosa. Paramos para filmar várias vezes. Theo descia e empurrava sozinho sua conquista, uma graça de se ver.
Depois fomos para a praça, eu, Theo, Manu e o vovô, que deu aquele suporte, colocando a mão nas costas do Theo e o ensinando a pedalar. Theo começou a deslocar dando meia pedalada. Depois de um tempo pegou o jeito e começou a dar a pedalada completa. Uma emoção ver meu filho ganhando asas.








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