Ao acordar, pela manhã, me deparei com dois tubos plásticos, semelhantes, lado a lado sobre minha bancada do banheiro. Um deles era branco, tampa branca e escrito em preto e vermelho. Dizia hypoglós, nova embalagem plástica, mais prática. A outra era verde e trazia em informações impressas a marca de uma pasta de dentes conhecida. Pensei, com um leve sorriso na boca:
-"já pensou se eu confundisse os tubos e escovasse os dentes com o hypoglós?".
Peguei o tubo correto e escovei meus dentes.
O dia se passou e à noite, depois de colocar Theo para dormir fomos tomar banho, eu e o Róccio. Como de costume ele pegou sua escova de dentes e levou para o box. Começamos a conversar, ele pegou a escova e colocou na boca. No mesmo instante me olhou, com cara de quem comeu não gostou. Abriu um sorriso largo, para evitar que os lábios se bezuntasse de hypoglós, uma vez que seus dentes da frente estavam untandos pela pomada pegajosa.
Só pude rir, e pensar que o que passou pela minha cabeça logo de manhã tivesse se concretizado. A escova de dentes foi para o lixo e na boca muita pasta para diluir aquele gosto de ostra relatado por quem foi incauto e desatento. Bem que eu poderia ter tirado o tubo de cima da bancada, mas não me ocorreu que poderia acontecer algo que para mim seria ficção.
ainda bem que o erro foi esse, já pensou se a vítima fosse o Theo? Não vou pensar para não acontecer.
O tubo já foi guardado em outro local, mais seguro!